segunda-feira, 13 de maio de 2013

ACESSÓRIOS: FREQUENCÍMETRO E GPS


           
                 Depois de um tempo, estou retomando a série que iniciei sobre acessórios de corrida. Na publicação “Acessórios de Corrida”, no dia 01/04/2013, dividi os acessórios em duas categorias: os essenciais e os não obrigatórios. Na categoria “essenciais”, o cronometro, os tênis e os shorts/calças já foram falados. Agora vou começar a falar a respeito dos não obrigatórios. Resolvi iniciar com dois acessórios que a maioria dos corredores (e eu me incluo nessa) utiliza nos treinos e competições: o frequencímetro, ou medidor de frequência cardíaca e o GPS. A maioria dos corredores utiliza pelo menos um desses dois itens e muitos utilizam os dois.
           Eu, particularmente, até o ano passado utilizava apenas o frequencímetro. Enquanto corria eu gostava de ter uma noção de como andava minha frequência cardíaca (FC). Entretanto, chegou num ponto onde eu praticamente já sabia como minha FC se comportaria em cada situação de treino/competição. Acompanhar a FC para mim se tornou algo sem muito sentido. Muitos treinadores prescrevem treinos com base no percentual da FC máxima, que geralmente é estimada pela idade do sujeito (o famoso 220-idade, ou outras equações que também são utilizadas). É muito comum eu ver planilhas que colocam a intensidade do treino em percentual da FC ao invés da velocidade (ex.: Corra 5km a 70% da FC máxima), o que, em minha opinião é um problema, pois dessa forma a prescrição do treinamento se torna generalizada uma vez que a FC apresenta um comportamento muito diferente para cada indivíduo.
O problema em si, não é o fato de se utilizar 60, 70 ou 80% da FC. O problema é a forma como geralmente estimamos a FC. A utilização de equações, como o 220-idade, na maioria das vezes não condiz com a real situação de cada indivíduo. Vou utilizar como exemplo a minha pessoa. Se considerarmos a equação 220-idade para estimar minha FC máxima, vamos chegar a um valor de 197 bpm (220-23 anos = 197). Entretanto, em mais de um ano utilizando o frequencímetro para correr e jogar futebol, minha FC nunca passou de 185. Mesmo dando meu máximo muitas vezes (em provas, partidas de futebol mais “disputadas” e até mesmo em testes de laboratório), minha FC não atingiu o máximo. Provavelmente ela nunca chegará a esse valor de 197 bpm. Agora vamos fazer umas contas:
Se minha FC estimada é 197, e meu treinador me manda correr a 80% dela, a FC esperada para meu treino seria de aproximadamente 158 bpm. Entretanto, se consideramos minha FC máxima REAL de 185, a intensidade do treino deveria ser de 148 bpm. Isso quer dizer que toda vez que meu treinador me manda correr a 80% da minha FC máxima e eu corro a 158 bpm, na verdade eu estou correndo a aproximadamente 85% da FC máxima, ou seja, estarei correndo sempre mais intensamente do que deveria, e isso em longo prazo, pode me gerar lesões ou até mesmo um estado de overtraining. Da mesma forma, é comum vermos o contrário. Por exemplo, eu tenho um aluno na academia onde trabalho, que com aproximadamente 40 anos, possui uma FC máxima de mais de 200. Ou seja, se eu considerar a máxima de 180 bpm (220-40 anos), todos os treinos dele ficarão abaixo da sua capacidade e talvez ele não alcance seus objetivos.
No fim das contas, o que eu quero dizer não é que sou contra a utilização do monitor de FC. Na verdade, eu sou contra a FORMA como ele é utilizado, pois na grande maioria das vezes a FC é utilizada da mesma forma para todas as pessoas sem considerar as diferenças individuais que cada indivíduo apresenta.
Poderia escrever mais umas duas ou três publicações apenas falando sobre a FC, mas vou continuar com o tema dessa postagem. Agora, o GPS. Na minha viagem aos EUA, em janeiro desse ano, comprei meu primeiro GPS: um Nike Sportswatch. Particularmente, estou achando um acessório extremamente útil, por dois motivos. Em primeiro lugar porque me permite correr em qualquer lugar, sem que seja necessário eu conhecer o percurso que estou correndo. Em segundo lugar, porque a Nike possui uma página online onde é possível baixar seus treinos para o computador e ter acesso a informações interessantes como o seu volume semanal, ritmo médio nos treinos, altimetria e velocidade em cada ponto do seu percurso entre muitas outras informações.
Apesar de o GPS não ser considerado por mim um acessório essencial, já que o controle do ritmo do treino pode ser feito com um cronometro simples, ele proporciona uma facilidade muito grande para o controle dos treinos. Um ponto contra para o GPS é que às vezes há alguns problemas técnicos, como ausência de sinal. O pior dos problemas para mim é a pouca sensibilidade do relógio a variações de velocidade. Em treinos intervalados, por exemplo, os finais de cada tiro e início dos próximos são problemáticos, pois a variação repentina de velocidade é atualizada mais lentamente pelo GPS e assim, você perde segundos preciosos nos momentos de retomada e nos de recuperação (se eu saio de uma caminhada de 6km/h para um tiro de 15km/h, ele demora uns 20 segundos ou mais para chegar nos 15km/h). Por isso, geralmente eu não me preocupo com a velocidade que está sendo mostrada pelo GPS. Sempre me mantenho atendo ao tempo e à distância e assim, faço as contas na cabeça. Por exemplo, se um tiro de 1000m a 15km/h tem que durar quatro minutos, mesmo com o GPS, acompanho o tempo do cronômetro para ficar o mais preciso possível (100m a cada 24s). Para mim o melhor do GPS é ter a distância percorrida a um olhar de distância.
Espero que a publicação seja útil para quem está na dúvida sobre esses acessórios. Bons treinos a todos!

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