Eu,
particularmente, até o ano passado utilizava apenas o frequencímetro. Enquanto
corria eu gostava de ter uma noção de como andava minha frequência cardíaca
(FC). Entretanto, chegou num ponto onde eu praticamente já sabia como minha FC
se comportaria em cada situação de treino/competição. Acompanhar a FC para mim
se tornou algo sem muito sentido. Muitos treinadores prescrevem treinos com
base no percentual da FC máxima, que geralmente é estimada pela idade do
sujeito (o famoso 220-idade, ou outras equações que também são utilizadas). É
muito comum eu ver planilhas que colocam a intensidade do treino em percentual
da FC ao invés da velocidade (ex.: Corra 5km a 70% da FC máxima), o que, em
minha opinião é um problema, pois dessa forma a prescrição do treinamento se
torna generalizada uma vez que a FC apresenta um comportamento muito diferente para
cada indivíduo.
O problema em
si, não é o fato de se utilizar 60, 70 ou 80% da FC. O problema é a forma como
geralmente estimamos a FC. A utilização de equações, como o 220-idade, na
maioria das vezes não condiz com a real situação de cada indivíduo. Vou
utilizar como exemplo a minha pessoa. Se considerarmos a equação 220-idade para
estimar minha FC máxima, vamos chegar a um valor de 197 bpm (220-23 anos = 197).
Entretanto, em mais de um ano utilizando o frequencímetro para correr e jogar
futebol, minha FC nunca passou de 185. Mesmo dando meu máximo muitas vezes (em
provas, partidas de futebol mais “disputadas” e até mesmo em testes de
laboratório), minha FC não atingiu o máximo. Provavelmente ela nunca chegará a
esse valor de 197 bpm. Agora vamos fazer umas contas:
Se minha FC
estimada é 197, e meu treinador me manda correr a 80% dela, a FC esperada para
meu treino seria de aproximadamente 158 bpm. Entretanto, se consideramos minha
FC máxima REAL de 185, a intensidade do treino deveria ser de 148 bpm. Isso
quer dizer que toda vez que meu treinador me manda correr a 80% da minha FC
máxima e eu corro a 158 bpm, na verdade eu estou correndo a aproximadamente 85%
da FC máxima, ou seja, estarei correndo sempre mais intensamente do que
deveria, e isso em longo prazo, pode me gerar lesões ou até mesmo um estado de
overtraining. Da mesma forma, é comum vermos o contrário. Por exemplo, eu tenho
um aluno na academia onde trabalho, que com aproximadamente 40 anos, possui uma
FC máxima de mais de 200. Ou seja, se eu considerar a máxima de 180 bpm (220-40
anos), todos os treinos dele ficarão abaixo da sua capacidade e talvez ele não
alcance seus objetivos.
No fim das
contas, o que eu quero dizer não é que sou contra a utilização do monitor de
FC. Na verdade, eu sou contra a FORMA como ele é utilizado, pois na grande
maioria das vezes a FC é utilizada da mesma forma para todas as pessoas sem
considerar as diferenças individuais que cada indivíduo apresenta.
Poderia
escrever mais umas duas ou três publicações apenas falando sobre a FC, mas vou
continuar com o tema dessa postagem. Agora, o GPS. Na minha viagem aos EUA, em
janeiro desse ano, comprei meu primeiro GPS: um Nike Sportswatch.
Particularmente, estou achando um acessório extremamente útil, por dois
motivos. Em primeiro lugar porque me permite correr em qualquer lugar, sem que
seja necessário eu conhecer o percurso que estou correndo. Em segundo lugar,
porque a Nike possui uma página online onde é possível baixar seus treinos para
o computador e ter acesso a informações interessantes como o seu volume
semanal, ritmo médio nos treinos, altimetria e velocidade em cada ponto do seu
percurso entre muitas outras informações.
Apesar de o
GPS não ser considerado por mim um acessório essencial, já que o controle do
ritmo do treino pode ser feito com um cronometro simples, ele proporciona uma
facilidade muito grande para o controle dos treinos. Um ponto contra para o GPS
é que às vezes há alguns problemas técnicos, como ausência de sinal. O pior dos
problemas para mim é a pouca sensibilidade do relógio a variações de
velocidade. Em treinos intervalados, por exemplo, os finais de cada tiro e
início dos próximos são problemáticos, pois a variação repentina de velocidade
é atualizada mais lentamente pelo GPS e assim, você perde segundos preciosos
nos momentos de retomada e nos de recuperação (se eu saio de uma caminhada de
6km/h para um tiro de 15km/h, ele demora uns 20 segundos ou mais para chegar
nos 15km/h). Por isso, geralmente eu não me preocupo com a velocidade que está
sendo mostrada pelo GPS. Sempre me mantenho atendo ao tempo e à distância e
assim, faço as contas na cabeça. Por exemplo, se um tiro de 1000m a 15km/h tem
que durar quatro minutos, mesmo com o GPS, acompanho o tempo do cronômetro para
ficar o mais preciso possível (100m a cada 24s). Para mim o melhor do GPS é ter
a distância percorrida a um olhar de distância.
Espero que a
publicação seja útil para quem está na dúvida sobre esses acessórios. Bons
treinos a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário